quinta-feira, 17 de julho de 2008

UMBRELLA





6:30. O despertador toca e olho em direção à janela: chuva! (E assim prossegue o verão alpino, mais britânico do que nunca). Café da manhã tomado, roupa escolhida, cadê o guarda-chuva? Tá ali, oras! Preto, sem graça, pendurado no cabideiro. Infelizmente, apenas nesses momentos em que ele é indispensável, lembro que gostaria de ter um, digamos, mais original. De bolinhas, xadrez, estampado, com listras ou de cor mais alegre. Na verdade já tentei. O de bolinhas, em preto e branco (e rendinhas nas bordas!) durou duas semanas. Era lindo, mas ordinário: deve ter custado no máximo uns 10 francos suíços na H & M, o que justifica a sua vida útil tão reduzida.

Guarda-chuva em punho, ganho as ruas. Não sou a única a carregar um modelo sem-gracinha. Quase todos seguram imparciais acessórios. Se não são em preto, são em azul-marinho, no máximo cinza! Ponto para algumas senhorinhas, que ostentam modelos em xadrez, florais, listrados e com estampas de bicho. 

De volta pra casa, vou ver o que encontro na internet. Nada! Em Londres, por motivos óbvios, existem centenas de lojas especializadas. Nada me agrada. Vejo as lojas online. No site Umbrellas, pode-se fazer modelos personalizados. Descubro ainda que o objeto é milenar. Desde o Egito Antigo está por aí, protegendo da chuva (e do sol, diga-se!). Dizem que até Dionísio, na Grécia, carregava o seu, pequenino como ele.

Uma hora depois, uma boa surpresa, pelo menos no quesito originalidade: o Senz Umbrella! Feito por uma empresa holandesa de mesmo nome, ele tem um design assimétrico, mais ou menos como se você estivesse enfrentando uma chuva de vento. O resultado é, no mínimo, exótico. Dizem os fabricantes que ele protege como mais eficiência, proporciona mais visibilidade e suporta ventos de até 60 quilômetros por hora - o que não estou nem um pouco interessada em saber. Custa 49,95 euros. Existe ainda a verão mini, que sai a 39,95. Estiloso, ganhou o red dot Design Award de 2007. Ainda não decidi ser uma feliz proprietária de um Senz, mas ele me conquistou com o seu conceito único. Think different!*

*Parafraseando a Apple.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Sexy french pop



Coralie Clément é a dica para quem quer dar uma renovada na playlist do iPod. Com voz quase diáfana, a cantora faz parte da nova geração pop de cantores franceses e que mais se aproxima do delicioso som que se fazia naquele país nos anos 60. Linda como a própria voz, ela vai do pop ao rock, passando pelo samba e pela bossa nova. Não dá para parar de ouvir Samba De Mon Coeur Qui Bat e todas as outras canções. Eu, que nem francês falo (mas vou falar, ah vou) estou decorando tudo de tanto ouvir, ouvir, ouvir.... Aos 27 anos, ela nasceu em uma família de músicos, mas foi descoberta com cantora apenas na adolescência, pelo irmão, o músico e compositor Benjamin Biolay. "La samba. La samba des jours avec toi. La samba des jours avec toi. La samba de mon coeur qui bat"... Sexy, oui!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

FREITAG





Hoje é terça-feira, mas mesmo assim vou falar da Freitag (sexta-feira em alemão). Semanas atrás estive na fábrica para produzir um material especial para a revista Casa & Flora. A história foi assim: Em 1993, dois designers gráficos, Markus e Daniel Freitag, procuravam uma bolsa que fosse funcional, robusta e resistente à água. A inspiração veio da paisagem multicolorida que viam da janela do apartamento onde viviam, em Zurique, Suíça. O intenso vai-e-vem de caminhões motivou os dois a criarem uma bolsa feita a partir de materiais usados: lona de caminhão em PVC, câmaras de ar de bicicleta e cintos de segurança de carro. O que não imaginavam é que a invenção fosse cair no gosto dos amigos, conhecidos e assim por diante. Quinze anos depois, a Freitag é uma espécie de ícone moderno da moda em acessórios na Suíça.

À fórmula de sucesso adiciona-se ainda o rigoroso controle de qualidade e o fato de apostarem na sustentabilidade da produção. Todo o processo é feito a partir de materiais recicláveis - hoje air bags compõem o rol de matéria-prima para as bolsas, carteiras e sleeves para Mac (acabei comprando um, amarelo e lindo para o meu). São mais de 40 modelos! O primeiro, a bolsa Top Cat, faz parte do acervo permanente do Museu Moderno de Nova Iorque (MoMA). A mais vendida, no entanto, é a sacola de compras. Os preços não são dos mais convidativos. Uma mala para pequenas viagens, por exemplo, custa 420 francos suíços. Mas vale cada centavo. Prova que conceito vale caro. O design original e a proposta antenada com os valores jovens, aliada à qualidade inquestionável e garantia lifetime, tornou a Freitag um fenômeno contemporâneo. Longa vida aos irmãos Markus e Daniel.




Chuva de idéias


Domingo de chuva. Dia de ficar em casa. Certo? Errado! Dia de pegar o guarda-chuva e ir caminhando até um dos museus mais próximos de casa. Neste caso, o Museum für Gestaltung, aqui em Zurique. Em cartaz, a exibição do argentino naturalizado suíço Alfredo Häberli foi uma tempestade, mas de informações. O designer transita com propriedade pelos têxteis (há cortinas com estampas que brilham no escuro que eu, claro, adorei!), mobiliário, projetos arquitetônicos e objetos, muitos deles. Alguns dos produtos são assinados pelo parceiro Moritz Schmid - que deixa o estúdio de Häberli ainda esse ano, para estrear carreira solo. Dá vontade de ter muita coisa em casa (há protótipos, mas grande parte é comercializada por empresas de calibre como a Volvo, por exemplo). Um bom começo seria a coleção - listradinha! - de louça Origo, vendida pela IIttala.