quarta-feira, 17 de março de 2010

Vou de bike






Ando de bicicleta bem menos do que gostaria. São Paulo é cidade de chuva e de carro, o que faz com que a magrela permaneça mais tempo pendurada tal e qual um pernil em açougue do que sobre solo firme. Quem me dera sair alhures a duas rodas quando bem entendesse. Foi com essa vontade – permanente, diga-se – que dei de cara com Diários da Bicicleta, de David Byrne, na LaSelva de Congonhas, ao procurar uma leitura para o final de semana.

No selim de sua bike dobrável – sejam em Nova Iorque, onde vive, ou quando viaja ou sai em turnê – ele desvenda os detalhes de cidade mundo afora, num delicioso mix de diário pessoal + álbum de fotos + relato de viagens. A narrativa já bastaria por si só, mas ele a recheia de reflexões sobre assuntos que vão desde a política até moda, arquitetura e filosofia, entre outros assuntos, sempre pontuado por inteligência, humor e observações bem particulares.

Quem conhece o escocês apenas como vocalista da legendária Talking Heads (sim, aquela do hit Psycho Killer) se surpreende a cada página virada e, ao fim, da leitura está quase convencido que a bike seria realmente o caminho para solucionar o caos do trânsito das grandes cidades. “Eu sinto que o mundo pode ser mais onírico, metafórico e poético do que atualmente acreditamos”, ele diz no livro. Eu acredito também, Byrne.

p.s.: divertido perceber que a última postagem foi no dia do meu aniversário. Quero vir mais vezes aqui =)


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