domingo, 20 de julho de 2008

Chinês versus Alemão





- Vamos ao cinema hoje? 
- Vamos. Que horas?
- Oito.
Aceito o convite do namorado. Não pergunto mais nada. Confio no bom gosto dele. Acontece que era um evento coletivo, ou seja: mais gente ia ver o filme que não havia sido escolhido por ele. Eis a questão. A Thousand Years of Good Prayers - ganhou dois prêmios Festival de Cinema de San Sebastián desse ano (melhor filme e melhor ator) - é falado em chinês e foi exibido com legendas apenas em alemão. Isto é, caso eu tivesse alguma dúvida na tradução do alemão (ou vice-versa) não teria o inglês pra facilitar tudo. E lá estava eu, Lost in Translation! 

Entre uma dúvida de vocabulário ou outra fui gostando do filme, que conta a história conta sobre a visita de Mr. Shi (Henry O.), um viúvo chinês, à filha que mora nos Estados Unidos. Yilan (Yu Feihong) mora em Washington e acabou de se separar do marido. A intenção dos dois é tentar a reaproximação. Acontece que ela sabe que o pai cometeu alguns deslizes durante o casamento com a mãe. Enquanto ela vai trabalhar, ele cozinha, dá uma bisbilhotadinha nas coisas da filha e passeia pela vizinhança. Num banco de parque conhece Madam (Vida Ghahremani), uma senhora iraniana que refugiou-se nos Estados Unidos. Detalhe: nenhum dos dois dominava o inglês, o que não impediu a comunicação e os frequentes encontros dos dois. 

A sensibilidade do diretor Wayne Wang foi uma surpresa! Esqueci da dor de cabeça ocasionada pelo esforço pra entender tudo e deixei-me levar pela fluidez - em alguns momentos pesada, confesso - e gostei. Quero ver de novo, um dia. Dessa vez com legendas em português, de preferência.

2 comentários:

Aline Leonardo disse...

É amiga, o cinema mudo já foi um sucesso... dá quase na mesma e, como você bem disse, sensibilidade é compreensível em todas as línguas.
Bjos

Unknown disse...

É Andrea, dá ra imaginar a dor de cabeça rsrsrsrs...